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Comunicação Não-Violenta: como co-criar pontes com o outro

“Todo ato violento é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida”

Marshall Rosenberg

Comunicar-se com empatia é essencial não só para uma liderança mais eficiente, mas também para a construção de relacionamentos melhores e mais saudáveis com as pessoas.

Nesse sentido, um dos pilares da comunicação empática é a Comunicação Não-Violenta, ou CNV.

Desenvolvida pelo psicólogo, professor e escritor Marshall Rosenberg, seu objetivo é promover uma comunicação fundamentada pela empatia para trocas mais positivas seja no âmbito pessoal ou profissional.

Eu sou adepto de seus ensinamentos, por isso quis dedicar um texto exclusivo para o tema! Espero que gostem!

O que é a Comunicação Não-Violenta?

Também conhecida como comunicação compassiva, a Comunicação Não-Violenta se baseia no princípio de que “todo ato violento é uma expressão trágica de uma necessidade não atendida”.

Em outras palavras, a minha relação com qualquer pessoa é definida pela minha comunicação, que denota um comportamento, que por trás há uma necessidade. Ou seja:

Minha necessidade > gera um comportamento > que é comunicado > e define uma relação.

Uma relação baseada na CNV, portanto, se desenvolve pela empatia na medida que parte do reconhecimento das necessidade – minhas e do outro – e da comunicação dessas necessidades de forma clara, visando, na medida do possível, a satisfação de ambos os lados.

Para entender melhor como essas necessidades podem ser reconhecidas e comunicadas, vale falar sobre os 3 tipos de empatia.

Os 3 tipos de empatia

A empatia pode ser dividida em:

  1. Empatia cognitiva – que é quando você consegue compreender como a outra pessoa vê o mundo
  2. Empatia emocional – que é quando você consegue sentir como a outra pessoa se sente
  3. Empatia solidária ou compassiva – que é quando não apenas compreendemos e sentimos, mas nos movemos espontaneamente para ajudar a outra pessoa, considerando suas emoções

Logo, a Comunicação Não-Violenta compreende que essas 3 empatias podem ser combinadas na construção de relações que beneficiem ambas as partes, uma vez que parte da compreensão mútua e do entendimento mútuo das necessidades um do outro.

Os princípios e definições da Comunicação Não-Violenta

A CNV se baseia nos seguintes princípios:

  • Falar sem machucar e sem ouvir sapo
  • Ouvir sem se ofender
  • Enxergar além do comportamento do outro e decifrar o que te incomoda nele
  • Enxergar os pontos em comum com o outro, e se conectar com eles
  • Resolver conflitos através dessa conexão

Partindo desses princípios, chegamos às definições:

  • É um caminho de autoconhecimento
  • É um paraquedas de autoconsciência
  • É um caminho para co-criar uma ponte com o outro, mesmo durante uma briga

Os objetivos da Comunicação Não-Violenta

Finalmente, combinando os princípios com as definições, temos os objetivos da CNV, que são:

  • Evitar uma comunicação ofensiva, separando fatos de julgamentos
  • Reconhecer as emoções desconfortáveis, expressando vulnerabilidade
  • Revelar expectativas e necessidades que não estão sendo atendidas
  • Firmar um acordo que viabilize a convivência futura, sabendo ouvir efetivamente
  • Promover autenticidade e praticar a empatia

Exemplos práticos de Comunicação Não-Violenta

Mas como a CNV pode se traduzir no dia a dia?

Em primeiro lugar, é preciso aprender a separar fatos de julgamentos.

No ambiente de trabalho, por exemplo, quando você diz “fulano é desorganizado”, “fulano não trabalha direito” – essas frases são julgamentos. É preciso se atentar aos fatos, por exemplo: “este trabalho que fulano entregou está abaixo do que eu gostaria”,  “suas entregas estão aquém das nossas expectativas”, “ficou faltando fulano fazer X, Y e Z para entregar um bom trabalho”.

Ou seja, você foca no ato, na ação, e não na pessoa.

A comunicação violenta ocorre quando você ataca o ser humano ao invés de atacar a situação, porque você generaliza sua interpretação de um ato  para o âmbito pessoal. Você reduz a pessoa a uma ação específica.

O mesmo vale para casais, amigos, família… É preciso tratar os fatores de incômodo pelos atos, evidenciando o porquê de determinadas ações terem desencadeado esse incômodo.

Aprenda a ser vulnerável!

Não é fácil, obviamente. Para nos conectarmos de forma não-violenta, nós precisamos abraçar e expressar nossa vulnerabilidade.

Tem um TED do qual eu gosto muito chamado “O Poder da Vulnerabilidade”, da Brené Brown. Fica a dica!

Muitas vezes, reações violentas – gritar, ofender, xingar etc. – são tentativas de esconder suas vulnerabilidades.

Afinal, vulnerabilidade é exatamente o ato de você perceber que você não está dentro do Castelo, que você não tem todas as respostas do universo, que, se você é líder em uma empresa, você não sabe o que vai acontecer na semana que vem… 

Às vezes, você tem a melhor intenção do mundo, mas as coisas dão errado e você não sabe consertar. Faz parte. É preciso admitir que você não tem controle sobre a maioria das coisas no universo, e não reagir a essa falta de controle de forma agressiva – especialmente se sua reação envolve outra pessoa.

A verdade é que se permitir ser vulnerável é abrir as portas para se conectar com outra pessoa. Admitir suas fraquezas, o que você não sabe, o que te incomoda, o que te deixa acordado(a) à noite – é aí que as pontes são construídas, porque você expõe suas necessidades por meio da comunicação, permitindo que o outro faça um movimento para atendê-las, estabelecendo essa relação.

Exercício de Comunicação Não-Violenta – Fórmula da Assertividade

Para praticar a Comunicação Não-Violenta, lembre-se dessa fórmula da próxima vez que você sentir um incômodo provocado pelo outro em qualquer relação sua:

  • “Quando você faz/diz [inserir aqui o fato que te incomoda]…
  • “…eu me sinto [inserir aqui a emoção que o fato provocou em você]…
  • “…porque [inserir aqui a explicação sobre como o fato se associa à emoção]…
  • Será que você poderia [inserir aqui a sua necessidade, na forma de um pedido claro à outra pessoa]?”

Por exemplo:

“Quando você não cumpre com nosso cronograma, eu me sinto irritado(a) porque temos um compromisso com o cliente, que me pressiona. Será que você poderia se atentar às datas de entrega combinadas e se esforçar para cumprir com o que ficou combinado?”

Ou:

“Quando você não me ajuda em casa, eu me sinto triste, porque eu também estou cansado(a) e sob pressão. Será que você poderia lavar louça/fazer compras/lavar a roupa para que essas tarefas não sobrecarreguem nenhum dos dois?”

E lembre-se: empatia é tratar o outro como o outro gostaria de ser tratado!

Vamos construir um futuro com maior empatia e conexão entre as pessoas? 🙂

Recomendações de leitura sobre o tema:

No meu Instagram @vabo23 estou sempre trocando ideias sobre people skills, liderança, empreendedorismo e a vida, em geral 🙂

Segue lá e me conta o que você achou deste texto!

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