No início de setembro, tive a honra de conversar com a Natalie Klein no @alemdafacul.
Segundo a Forbes, é difícil separá-la de seu projeto de vida, a NK. Natalie é empresária no ramo da moda, e começou cedo: abriu a própria loja aos 21 anos de idade e, mesmo pertencendo a uma família de empreendedores de sucesso, resolveu que iniciaria sozinha sua trajetória no mundo dos negócios.
“A minha motivação aos 20 anos era saber o que eu não queria fazer: trabalhar em uma empresa familiar. Apesar de admirar muito a empresa da minha família, eu queria ir para um lugar em que eu pudesse contribuir mais”
Como surgiu a NK Store
A NK nasceu em 1997 e, de acordo com a Natalie, surgiu como o seu “grito de independência”.
Nesse contexto, seu negócio é uma das formas que ela encontra de se expressar; mesmo no início de sua trajetória, sempre teve convicções muito claras.
A Nat trabalhou muito para que a sua marca não olhasse apenas para o produto como uma mercadoria de luxo. Ela me explicou ,durante o nosso papo, que o mercado de luxo está ligado a valores de ostentação e excessos, parâmetros opostos aos que a NK compactua: curadoria e escolha.
Satisfação do cliente em primeiro lugar
Outro valor muito presente na marca é o customer centric, modelo de atuação em que as empresa colocam o cliente como centro de suas ações.
Segundo a Natalie, a NK prioriza os clientes não apenas em seus produtos, mas nos serviços, e em todas as decisões tomadas dentro da empresa.
A NK, por exemplo, chegou a enviar caixas para clientes com chaves que possuíam as iniciais daquelas pessoas. O gesto simbolizava a liberdade do comprador em entrar e sair da loja em qualquer horário. Legal, né?
O cliente verdadeiramente tem a chave da empresa em suas mãos, sente-se importante e “paparicado”, um pouco dono daquele universo. Isso fideliza e constrói relacionamentos – fatores imprescindíveis para que a marca, de fato, deixe uma impressão duradoura.
Como a crise provocada pela pandemia afetou a NK?
Era inevitável comentar sobre esse momento atípico de pandemia global que vivemos.
Sobre isso, a Natalie me contou que, para gerenciar a crise, ela e sua equipe elegeram os seis principais pilares da NK que mais precisavam de atenção, e procuraram montar um guidebook para atravessar esse momento.
Resolveram, de maneira geral:
- ter uma linguagem única em seus relacionamentos com clientes, fornecedores, caixa e inovação
- foram transparentes em cada processo
- adotaram uma postura de liderança colaborativa
Além disso, entenderam, acima de tudo, que a solução para os problemas pode vir de vários lugares. Foi assim que não apenas sobreviveram à crise, mas saíram mais fortes dela: resilientes e unidos.
O futuro do consumo
Em relação ao futuro do consumo, é complicado, para Natalie, prever um comportamento-padrão para todas as pessoas – afinal, cada pessoa consome de forma diferente. Todavia, ela espera que as pessoas comprem com mais consciência e precisão.
É muito melhor comprar um moletom de qualidade, que atenda às suas necessidades, com o qual você construa memórias, e que dure muitos anos, do que vários que não satisfaçam suas condições, inclusive de duração.
A Educação e o lifelong learning
Eu e a Natalie somos amigos e temos várias coisas em comum. Uma delas é nosso pensamento sobre Educação: continuar estudando e aprendendo é essencial.
Nos conhecemos em Harvard, durante o curso OPM (Owner President Management), que para ela, depois de ter filhos, foi o veículo que possibilitou a maior transformação de sua vida adulta.
Além de autoconhecimento, Harvard colocou a NK em outro patamar, uma vez que a sua fundadora aprendeu mais do nunca sobre cultura e pessoas.
O propósito da NK
“Para uma empresa se manter viva, é primordial que o líder traga um olhar de inovação e transformação”
Hoje em dia, fala-se muito sobre o processo de se um propósito. No caso da NK, esse caminho aconteceu de maneira orgânica, à medida que a marca buscava gerar transformação na vida das pessoas através da moda.
Para ficar mais claro, não é que as roupas fossem transformar a vida de quem as adquirisse, mas, certamente, elas haviam transformado a vida de muita gente até o momento em que chegaram à loja para serem vendidas.
De forma geral, como diz a Nat, a moda não é o produto final. Ela é o “como” chegar lá.
Também conversamos sobre o Instituto Samuel Klein, criado em 2014 pela Natalie e pelo Raphael, seu irmão, ambos netos de Samuel Klein.
A missão do Instituto é promover investimento social de impacto na educação com foco no desenvolvimento da primeira Infância, e o fortalecimento de vínculos com a Comunidade e Cultura Judaica.
Conversar com a Natalie foi ótimo, uma verdadeira aula de autenticidade, sensibilidade e garra!
Espero que você também tenha se inspirado com sua trajetória. 🙂
No meu Instagram @vabo23 estou sempre compartilhando os passos mais importantes da minha jornada e trocando ideias sobre people skills, liderança, empreendedorismo e a vida, em geral.
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