Para o lançamento do meu novo E-book “Como desenvolver suas People Skills”, conversei com a professora Carol Garrafa, coautora do livro e especialista em People Skills.
Engenheira, a Carol foi executiva do mercado financeiro e, após esse período, viajou ao redor do mundo para estudar o que é felicidade. Daí, junto com sua equipe, criou o método Santé. Agora, ela é sócia na Link School of Business e pós-graduada em neurociência. Foi uma conversa super bacana.
Se quiser conferir, é só dar play ao fim do artigo!
E lembrando que, caso você tenha vontade de se aprofundar nesse tema, aqui no blog tem muitos conteúdos bem bacanas nas categoria People Skills, assim como nas minhas redes sociais.
O que são People Skills?
People Skills são as habilidades comportamentais e socioemocionais de uma pessoa.
Muitos utilizam o termo soft skills quando se referem a essas habilidades, em contraponto às habilidades técnicas, conhecidas como hard skills.
Entretanto, preferimos o termo people skills, pois, ao traduzir, “soft” significa algo leve, enquanto “hard” é pesado; dessa forma, erroneamente, parece que as hard skills são mais importantes.
Como diz meu sócio, Ricardo Basaglia, conforme pesquisa da Micahel Page: as pessoas são contratadas pelas hard skills, e demitidas pelas People Skills.
Além disso, escolhemos o termo “People” porque não são competências que você adquire sozinho: para desenvolvê-las, você precisa de pessoas.
As habilidades humanas/comportamentais são as quais os robôs não poderão copiar, pois tem um fator humano intrínseco a elas.
E qual a forma de medir as people skills?
A maneira mais difundida é através do quociente emocional (QE), que é dividido em quatro dimensões: self awareness (autoconhecimento), self management (autogestão), social awareness (consciência social) e relationship management (gestão de relacionamentos).
O autoconhecimento é entender como você está, como se sente. Autogestão é fazer uma autoanálise. Consciência social é entender o que está à sua volta. E, por fim, gestão de relacionamentos é entender quem você influencia, como lida com os conflitos e suas ações como líder.
É importante diferenciar autoanálise de autocobrança, pois enquanto a primeira é se conhecer, a segunda, quando muito elevada, pode significar uma autoconfiança baixa. Será que você está se cobrando porque quer se mostrar para alguém? Se sim, essa autocobrança pode estar relacionada a uma cobrança exacerbada e ao imediatismo. Deste modo, enquanto a autocobrança tira o meu foco, a autoanálise me dá um foco.
Modelo educacional e People Skills
Ao longo da minha experiência, tenho visto que 99% da nossa educação é baseada em 3 P’s: pais, professores e patrão (gestor da empresa), que são as pessoas com as quais mais aprendemos ao longo da nossa jornada.
O problema é que ela é voltada para o modelo industrial, focada em hard skills, quando, na verdade, deveria ser balanceada juntamente com as people skills.
A Carol traz mais dois P’s para esse modelo: a paixão e o propósito. Enquanto a paixão faz querer imediatismo, o propósito traz realismo.
Sucesso e felicidade
Todos os seres humanos buscam sucesso e felicidade, mas a definição varia de pessoa para pessoas. Por isso, é importante permitir que as pessoas entendam que as habilidades humanas vão fazer a diferença na carreira e na vida delas
Para mim, a felicidade é baseada em dois pilares: presença – o aqui e agora, são as situações da vida nas quais estamos 100% presentes e onde aquele momento mágico acontece – e conquista – ver o progresso, alta performance, superar-se para conquistar algo.
Aprendi com a Carol que desenvolver nossas People Skills nos faz enxergar mais oportunidades do que ameaças na nossa vida. O equilíbrio entre razão e emoção, essa é a felicidade, pois quando andam juntas, tudo vai bem. É essencial ver a vida como oportunidade, e não como ameaça.
O caminho para a felicidade
Durante o ano em que percorreu o mundo, a Carol percebeu que sua missão era fazer com que as pessoas tivessem resultados. Identificou três coisas inerentes a qualquer ser humano: todos querem ser amados, escutados e poder errar.
Para isso, as pessoas precisam se conhecer. Como diz a Carol, “quem olha para fora sonha, quem olha pra dentro se desperta”. Com base nisso, ela e sua equipe criaram o método Santé – onde a pessoa deve entender e recriar seus talentos; ser único no que é bom; e, a partir disso, construir a estratégia para manter o equilíbrio.
As People Skills para atingir a felicidade também variam de pessoa para pessoa. Mas, uma habilidade que não pode faltar é o autoconhecimento, pois é a base de tudo. Se você não se conhece, não consegue se autogerenciar, não consegue ter empatia, não consegue ser um líder.
Inteligência emocional?
Quando utilizamos esse termo, de forma literal, estamos criando uma cognição para a emoção, que, na verdade, é inconsciente. Quando interpretamos a emoção, ela já se torna sentimento. Por isso, o certo seria gerir emoção, ressignificá-la, ter senso crítico. Pois, a inteligência está na razão, não na emoção.
Quanto mais tivermos uma educação voltada a comportamento, mais teremos seres humanos felizes. Precisamos estar realizados para atingir o sucesso. Somos seres sociais, que ajudam os outros. Se conseguirmos tirar o egocentrismo, nossa sociedade será melhor.
Como desenvolver as People Skills?
O primeiro e maior obstáculo para conseguir desenvolver suas People Skills é você. Pois o primeiro passo para o desenvolvimento é querer. Se você tiver um bloqueio, não vai avançar. É preciso que ache uma motivação. A vontade é o primeiro passo.
Existem várias estratégias para desenvolver as habilidades comportamentais. Uma maneira de começar é praticando a meditação, mais especificamente o mindfulness. Isso é importante para que você possa viver mais o momento presente, se conectar consigo mesmo e entender os conflitos na sua mente. Nem sempre a People Skill que você acha que quer aprender é a habilidade que você precisa desenvolver.
Tudo começa com talento, não com gap (algo que falta em você). É importante que você foque no que é bom, trabalhe nisso para ter a habilidade certa e se tornar referência naquilo.
No que a pessoa já é boa, ela pode se transformar em ótima. No que ela é ruim, pode apenas administrar. É necessário associar determinação com o talento que recebeu pela genética, pelo dom e pela sorte.
Uma dica final é fazer um plano de desenvolvimento individual, por exemplo, quais habilidades quer desenvolver a cada 6 meses e monitorar seu progresso.
Já foi provado que aprendemos com qualquer idade. Por isso, pegue um objetivo grande e vai quebrando em partes, comemorando cada conquista e mirando nos próximos passos.
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