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As 5 melhores mentorias da minha vida

Neste texto, eu falei um pouco sobre porque, para mim, a mentoria é parte essencial para o desenvolvimento de qualquer profissional, seja ele empreendedor ou não.

Muitas vezes, ao longo da minha própria jornada, eu me deparei com “ruas sem saída”, seja nos negócios ou na vida pessoal, e contar com a ajuda dos meus mentores foi o que me fez transformar a visão que eu tinha sobre os meus negócios e entender o que de fato importa para mim, qual é o meu propósito, e o que fazer para alcançá-lo.

Por isso, separei as 5 mentorias mais marcantes da minha vida e o que aprendi com elas, para te inspirar também 😉 

Um agradecimento especial à Endeavor, que me proporcionou essas experiências e aprendizados!

1. Eric Young, Vice-Presidente Global de Pricing da Amazon

Em 2014, eu era sócio de uma empresa de prestação de serviços de inteligência de preços para o e-commerce e estávamos começando a implementar a solução de precificação dinâmica aqui no Brasil. 

Já desde essa época, esse era um dos recursos mais valiosos da Amazon e eu descobri que, na rede da Endeavor, tinha um mentor que o era o braço-direito do Jeff Bezos, o CEO e fundador da Amazon. Só para você terem uma noção, o Jeff Bezos tem um time 7 pessoas (tipo um “entourage”) que respondem direto para ele. Uma dessas pessoas era esse mentor Endeavor.

Obviamente, eu logo vi que seria uma excelente oportunidade de conversar com os caras que fundaram o e-commerce como conhecemos hoje.

Só que tinha um porém: a Amazon é conhecida por não receber muitas visitas em sua sede global em Seattle. Por outro lado, no fim daquele mesmo ano, em outubro, ocorreria o Shop.org 2014, na mesma cidade.

Eu não ia deixar essa chance passar.

Em fevereiro, eu comecei a acionar meus contatos na Endeavor em Nova York e pedi para tentarem marcar uma reunião dali a 8 meses com ele. Como ele era muito high level, eu sabia que seria bem difícil conseguirem me encaixar.

Alguns follow-ups depois, recebi do Nick Martell, da Endeavor Global, a confirmação de que ele conseguira uma reunião mentoria para mim com o Vice-Presidente Global de Pricing da Amazon, junto com o Diretor Global de Monitoramento da Concorrência. Ou seja, duas pessoas que estavam muito mais voltadas para o que eu precisava e que me receberiam na sede da Amazon!

Vale destacar que, naquele ano, a Amazon estava no auge. O Bezos tinha entrado na lista dos mais ricos do mundo, a empresa se consagrava como a referência mundial em e-commerce e eu tinha acabado de ler “The Everything Store: Jeff Bezos and the Age of Amazon”.

Mesmo assim, esses dois profissionais desocuparam a agenda deles e dedicaram 1 hora e meia da vida deles para falar dos meus desafios, problemas e oportunidades.

Lições aprendidas

Empatia é o pilar do encantamento

Ter dois profissionais de alto escalão da Amazon, que estavam pelo menos 6 anos à nossa frente, querendo ouvir a minha realidade, é a prova de que a cultura da empatia é o que realmente faz a diferença no seu serviço. Se antes eu já admirava o trabalho dessa gigante, nesse dia, eu fiquei encantado – e estou até hoje.

Outra lição importante que aprendi com essa experiência foi: construir uma rede de contatos é construir pontes que podem te levar muito mais longe do que você imagina.

Afinal, não tem como pagar por esse tipo de conteúdo ou por essa mentoria. Só pela rede de contatos (networking), que eu consegui chegar até a sede da Amazon. 

Quer conferir o que mais eu aprendi nesse dia inesquecível? Então não deixe de ler também as 6 lições aprendidas na sede da Amazon em Seattle!

2. Humberto De Biase, Head de Marketing da Lenovo

E por falar em encantar, uma das mentorias mais memoráveis da minha vida foi com o Humberto De Biase.

O que me chamou muita atenção no Humberto é que, normalmente, as mentorias duram em torno de uma hora, máximo de uma hora e meia. Quando fui falar com o Humberto, que na época era Head de Marketing da Lenovo, a mentoria durou mais de 3 horas, porque ele ficou tão empolgado com os resultados, os desafios, as metas que estávamos batendo que nem vimos a hora passar!

Lições aprendidas

Ele deu vários insights sobre produto, posicionamento, como dar o próximo passo para atender os nossos clientes, seja ele varejista ou fabricante – porque, embora a Lenovo seja fabricante, ele tinha uma noção de varejo também.

Utilizamos os insights do Humberto para evoluir nossa visão, estratégia e modelo de negócios.

Me chamou muito a atenção também a disposição que ele tinha de dedicar o tempo dele para ajudar a gente a resolver os nossos problemas, então com ele eu aprendi qual que é realmente o papel de um mentor, que é ser alguém que se coloca à disposição para ajudar nos desafios daqueles que buscam melhorar continuamente.

3. Dorival Oliveira, VP do McDonald’s

Eu tinha estudado no mestrado como que o McDonald’s decidia abrir uma lanchonete, isto é, como a empresa decidia em que bairro, em que esquina, instalar uma filial ou franquia.

Eles fazem uma análise gigantesca de diversos elementos demográficos, econômicos e sociocomportamentais – fluxo de pessoas, horários de maior movimentação, o que tem por perto em termos de transporte, comércio etc. – até que finalmente decidem: “beleza, vai ser nessa esquina, desse bairro, com essa confluência aqui de pessoas e cruzamentos”. 

Só que aí passava um mês e o Burger King abria uma unidade em frente. Ou seja, o McDonald’s liderava o processo, e o Burger King não precisava gastar aqueles milhões fazendo a mesma pesquisa simplesmente porque se abria um McDonald’s ali, o BK sabia que teria demanda.

Nós estávamos vivendo um processo parecido na nossa empresa de e-commerce; nós tínhamos criado um segmento novo, que não existia ainda no e-commerce brasileiro, e, depois de 3 anos sozinhos no mercado, começaram a aparecer os primeiros concorrentes.

Um deles, em especial, estava sempre em cima da gente, tentando copiar tudo. Se era cliente nosso, ele oferecia o serviço pela metade do preço; se era funcionário nosso, ele dobrava o salário. Ou seja, tudo aquilo que a gente demorou para desbravar o mercado, eles já foram direto, sem precisar gastar muito tempo ou dinheiro estudando, exatamente como ocorria com McDonald’s.

Baseado nisso, eu lembrei que o Dorival, VP do McDonald’s também estava na rede da Endeavor e presumi que seria uma boa pedir uns conselhos para ele.

Lições aprendidas

Pode parecer estranho porque não tem nada a ver lanchonete e hambúrguer, com nosso mercado na época, mas a lógica de concorrência era a mesma. Eu acionei o Dorival, contei essa história e ele simplesmente virou para para mim e perguntou: “Vabo, quais são as três coisas mais importantes para você, no seu negócio?”.

Minha resposta foi:

  1. Nosso time. Eu preciso ter no nosso time pessoas que nós consigamos atrair, engajar desenvolver e inspirar. Precisamos ter pessoas alinhadas com o propósito, com a cultura, com o sonho e com a missão do nosso negócio.
  2. Nosso produto resolvendo a dor do nosso cliente. Nós precisamos resolver o problema do nosso cliente, então nossos produtos, serviços, ferramentas, sistemas precisam, efetivamente, ajudar o cliente a ter melhores resultados, facilitar a vida dele, para que o cliente do nosso cliente possa ser melhor atendido. É uma cadeia de satisfação. Se o cliente do cliente estiver satisfeito, nós atingimos nosso objetivo.
  3. Nosso relacionamento com o cliente. Na nossa visão, mais do que atender bem o cliente e resolver seus problemas, era preciso encantar e surpreender, criando um relacionamento de longo prazo com os clientes, porque sabíamos que isso gera um valor enorme. Dado que a gente é mal atendido normalmente na maior parte do tempo, se formos capazes de encantar o cliente é o que faria a diferença para que ele lembrasse de nós.

Diante disso, o Dorival virou e falou: “tá bom, Vabo. Então foca nisso e esquece do concorrente! Acabou a mentoria! =]”.

Acabou mesmo… ou seja, depois a gente só aprofundou nessas questões.

A grande lição, portanto é: você tem que monitorar o seu concorrente, tem que saber o que ele está fazendo, mas ele não pode ser motivo para você travar. Enquanto o seu foco for seu time e seu cliente, e o foco dele for você, provavelmente ele vai estar sempre atrás.

4. Diego Martins, da Acesso Digital

O Diego era, reconhecidamente, uma pessoa que tinha um grande desejo de construir um local incrível para a galera trabalhar. Ele imaginava a empresa dele como uma mistura de Google com Ambev – Google no sentido de ser cool, inovador, e Ambev no sentido de entregar resultado, bater meta, meritocracia.

Ele criou esse ambiente na Acesso Digital, e a mentoria com ele foi muito importante porque ele começou com uma pergunta profunda: por quê?

Como eu mencionei no caso do McDonald’s, a coisa mais importante para um líder, o ativo mais importante que ele tem, é o seu time. E aí o Diego quis saber o porquê de eu acreditar isso: por que o time? Por que focar nas pessoas?

Lições aprendidas

Foi uma pergunta que eu precisei responder de forma 100% verdadeira e ele entendeu que era realmente genuíno o meu interesse, e não porque é uma coisa bonita, que está na moda…

Nessa mentoria, ficou claro que a verdadeira vantagem competitiva de longo prazo, para qualquer organização, é a capacidade que ela tem de construir uma cultura forte de alta performance baseada em valores e princípios em comum.

E aí nós começamos a derivar disso os rituais, programas, processos, sistemas que implementamos a partir dali para construir essa cultura forte.

Aliás, esse tema foi complementado pela mentoria seguinte:

5. Pedro Chiamulera e Bernardo Lustosa, da Clearsale

Como eles eram muito bons na construção de cultura organizacional, eles viraram nossos mentores-padrinhos!

Eles têm uma cultura muito forte na Clearsale e também trouxeram uma série de exemplos, atividades e rituais que compartilhavam e tangibilizavam essa cultura com o time, então o time estava sempre orientado a uma forma correta de entregar resultado, alinhada pelos seus princípios e valores.

Lições aprendidas

O Pedro, o Bernardo e o Diego foram as principais referências em relação à importância de a gente ter um time e uma cultura fortes, construindo isso como a principal vantagem competitiva sustentável de longo prazo da nossa organização.

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No meu Instagram @vabo23 estou sempre compartilhando os passos mais importantes da minha jornada e trocando ideias sobre people skills, liderança, empreendedorismo e a vida, em geral 🙂

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