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Empresa muito forte é aquela que consegue desenvolver internamente as pessoas

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Entendemos a importância das trocas de experiência e aprendizados dentro do ecossistema empreendedor, por isso participamos do programa de mentorias, networking e aceleração para empreendedores da Endeavor: o Scale Up.

Sediado em várias cidades ao redor do país e com edições específicas por setor de atividade, o projeto busca conectar empreendedores que sonham grande e lideram empresas Scale-Ups, ou seja, que já apresentam alto crescimento e tem um modelo de negócios inovador e comprovado pelo mercado, a escalarem seus negócios e colocarem em prática os conselhos dos mentores para crescerem ainda mais. A ideia é tornarem-se protagonistas na sociedade e grandes exemplos no Brasil e no mundo.

Como parte da jornada dos empreendedores participantes, são promovidos diversos encontros temáticos com mentores especialistas. Recentemente, tivemos o prazer de receber aqui na Stone um grupo de 30 empreendedores das 15 melhores empresas scale-up do Rio de Janeiro. Os mediadores que ofereceram mentoria a essa turma foram meus sócios André Street e Bernardo Carneiro. Ao longo da tarde, a dupla discutiu com o público diversos temas como Atração e Retenção de Talentos, Cultura, Treinamento & Desenvolvimento, Avaliação de Desempenho, Remuneração Variável e Stock Option. Seguem abaixo os highlights da conversa.

Mentoria Scale Up Endeavor: O dia

A tarde começou com uma palestra breve dada pela Nalini Rincon e Natan Gorin, líderes do time de Relacionamento com o Cliente da Stone, seguida por um tour pelas nossas mesas de atendimento e grupos de encantadores. Isto pôde dar aos empreendedores poderosos insights sobre como investir no relacionamento com seus clientes e torná-lo um diferencial real de seus negócios frente à concorrência.

Em sequência, foi a vez de o André e Bernardo darem as boas-vindas ao público e explicarem sobre nossa cultura e nossos diferenciais: estratégia de polos, relacionamento com o cliente (nosso “Heartware”) e nossa tecnologia.

Atração e Retenção de Talentos

André comentou com os participantes como não gosta da palavra “retenção”, na sua essência, porque acredita que uma empresa não deve tentar reter as pessoas, mas sim encantá-las todos os dias. Para isso, ela deve prover desafios que as deixem estimuladas, uma boa remuneração para que tenham sua vida familiar segura, um time cheio de pessoas boas para se inspirarem, um sistema de avaliação justo, que busque tirá-las da zona de conforto e construir o próximo passo na carreira, e, naturalmente, um programa de sociedade que verdadeiramente enriqueça aquelas que gerarem valor relevante. Nós acreditamos que, se pensarmos nisso associado a um propósito instigador, nem é preciso pensar na palavra “retenção de talentos”, que pode referir-se a “prender alguém contra sua própria vontade”. O sistema tem que ser um pouco tenso nos desafios, mas uma empresa de pessoas fanáticas e apaixonadas dá saltos difíceis de se replicar.

Outro ponto abordado neste tópico foi o conflito entre desenvolver novos talentos X trazer pessoas já experientes do mercado para o time. André falou que a solução é ter um mix entre ambos os perfis.

No entanto, neste ponto é necessário ter atenção ao alinhamento cultural (e motivadores) que deve ser trabalhado nestas pessoas mais experientes e que, provavelmente, já virão com vícios do mercado. Quanto a isso, acreditamos que o processo de mergulhar alguém na cultura (ou seja, no jeito de fazer as coisas) do negócio não é tão difícil assim, já que o próprio time pode ajudar a tornar estas pessoas insiders na cultura do negócio.

O mais difícil é justamente entender o que motiva essas pessoas e o que elas buscam no longo prazo se dedicando ao seu projeto, alinhar isso a remuneração e a um sistema que privilegie o mérito; e explicar a esta pessoa que ensinar os mais novos vale a pena e é chave para essa relação dar certo. Pessoas que não têm prazer em dividir seu conhecimento não devem durar muito em organizações que procuram esse mix.

Na nossa opinião, é importante entender muito bem do negócio e o que a empresa pode oferecer em termos de oportunidades de desenvolvimento; afinal, pessoas boas querem sempre crescer. Apesar disso, André também é otimista sobre este ponto. Na nossa visão, os profissionais das empresas incubentes (tradicionais e não inovadoras) estão acompanhando as insurgentes (disruptivas) e vendo as mudanças acontecerem. Sendo assim, não deve ser tão difícil convencê-las a assumir um sonho e encantá-las com o futuro até onde elas podem e querem chegar, o que querem melhorar na sociedade para os seus clientes e como criarão valor. Sonhos poderosos encantam pessoas boas.

“Empresa muito forte é aquela que consegue desenvolver internamente as pessoas” foi a frase que marcou esse momento. E ao contrário do que muitos podem pensar, André reforça que nem sempre é de fato mais barato investir em talento interno. Demanda muitos treinamentos, mas vale a pena.

Avaliação de Desempenho

André explicou o modelo de avaliação de desempenho que utilizamos na Stone e que foi construído e defendido pelo antigo CEO da GE, Jack Welch, em seu livro Paixão por Vencer. Ao avaliarmos as pessoas pelas entregas e aderência à cultura e divulgarmos publicamente sua performance (as notas de todos são enviadas por e-mail para a empresa inteira), André acredita que o ego das pessoas é demitido todos os dias, o que é especialmente importante para os profissionais mais experientes.

Apesar disso, nós reforçamos a importância do feedback diário e constante, não apenas no período formal de seis meses como muitas empresas praticam. Deve ser um exercício altruísta, que busca de forma genuína melhorar a vida de quem recebe o feedback, e deve estar alinhado com os interesses da empresa.

Treinamento & Desenvolvimento

Este é um ponto crucial na jornada das nossas pessoas. O Onboarding, primeiras semanas e meses do colaborador, é a hora certa de já falar de ética, como a empresa se comporta e, principalmente, o que ela não tolera. Neste momento, André recomendou a leitura do livro Extreme Ownership, do ex-navy seal Jocko Willink.

Outra dica é fazer viagens e acompanhar reuniões com as pessoas de mais alto potencial, bem como dedicar tempo a elas. As imersões de treinamento com todo o time são muito boas, se possível, para reforçar o propósito e os objetivos da empresa e da vida de todos.

Remuneração Variável e Stock Option

Sobre a distribuição de ações entre os colaboradores, André reforçou a importância de não deixar as pessoas comparando valores entre si e alertou sobre aspectos específicos de como fazer um bom programa de ação e incentivos para alinhar os interesses de todos na organização. Para ele, antes de mais nada, o empreendedor deve manter-se imaculado eticamente e não se meter em problema, ou seja, não pegar atalhos de qualquer gênero como PJs, sonegar impostos etc.

“Líder tem que ser exemplo de ética e correção e sua maior missão é dar ao time o melhor ambiente para atingir seus objetivos. O bom líder forma outros líderes e está sempre preocupado com as pessoas. Líder inspira, pega no pé dos bons e reforça o propósito o tempo todo. Os bons líderes que conheço são humildes de verdade, buscam conhecimento e adoram passá-lo adiante. São admiráveis e corretos e cumprem a palavra sempre.”

Por isso, acreditamos em um framework básico de ética que pode orientá-lo em decisões difíceis:

  1. Saiba o que é certo e errado
  2. Analise friamente os fatos
  3. Pergunte-se como isso vai ser percebido por terceiros?

A dica final é: não vá contra seus princípios, não deixe se levar pela emoção ou subjetividade em negócios e não faça nada que não possa contar aos outros ou ler no jornal no dia seguinte.

E você, se pudesse ser um mentor por um dia, que dica daria?

Artigo publicado originalmente no Portal da Endeavor.

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