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Os benefícios da boa oratória (Q&A com Tiago Reis)

Homem palestrando e um celular captando parte de seu corpo, representando oratória multimídia

Tive o prazer de conversar com o Tiago Reis – meu sócio no Além da Facul e founder da Suno Research – em uma live lá no Instagram do @alemdafacul.

Nós falamos sobre o curso Além da Oratória e respondemos a várias perguntas sobre como estabelecer uma melhor comunicação no dia a dia profissional e pessoal, e como usar os diversos canais disponíveis para isso.

Agora, você pode acompanhar essa conversa por aqui! Mas, caso prefira assistir à live na íntegra, é só dar play no vídeo ao fim do texto.

As vantagens da oratória nos negócios

Vabo: Boa noite! Estamos de volta para uma live surpresa de encerramento do nosso curso Além da Oratória. E o Tiago Reis entra aqui com a gente para falar. Todo mundo que entrou na primeira turma do Build Your Bussiness levou gratuitamente o curso Além da Oratória, que traz conteúdo de escutatória, o meu close friends e as lives mensais. Fala, Tiago.

Tiago Reis: Tudo bem, professor? 

Vabo: Tudo ótimo, e você?

Tiago Reis: Tudo ótimo! Eu tenho lembrança de uma história interessante, que um dos grandes investidores do Brasil me contou: “nunca invista em um cara que tem boa oratória. Porque se o cara tem boa oratória, muitas vezes ele pode ser só um bom orador e não ter a competência. Agora, o cara que não tem a oratória, a única coisa que ele tem para entregar é o resultado”. Estou fazendo um anti-marketing do produto. 

Vabo: Muito bom! Mas isso é muito curioso. Oratória é nossa capacidade de falar, escutatória é nossa capacidade de ouvir. E, realmente, a pessoa que tem resultado para mostrar, é uma pessoa cujo resultado fala por si só. Mas imagina que esse resultado venha e ainda com uma fala especial. Essa é uma pergunta que eu separei para te fazer, porque tem um professor da universidade de Nova York, da disciplina de Estratégia de Marketing, ele é o meu Warren Buffet; assim como o Warren Buffet é o seu mentor, ele é o meu mentor para essas questões digitais. Eu leio tudo dele, se chama Scott Galoway. E uma das coisas que ele fala é o seguinte: “o empreendedor que muitas vezes consegue falar bem em público, consegue captar dinheiro mais barato”. É realmente isso? Você já viu isso acontecendo?

Tiago Reis: Com certeza! A história prova isso. Vale a pena estudar a história do Andrew Carnegie, que é o empreendedor da US Steel. Porque foi no gogó que ele levantou capital para construir um projeto megalomaníaco na época. Era uma ponte que atravessava o Rio Mississipi e ele usava muito de figuras de linguagem para aumentar as coisas. E ele falava: “essa aqui vai ser a oitava maravilha do mundo, é sua chance de participar deste projeto aqui”.  E de fato, ele entregou a ponte. O importante é isso. Não só ser gogó, mas depois entregar, porque se não vira Eike Batista, né, professor?

Vabo: Exatamente, ele cita até o exemplo do próprio Jeff Bezos, que é uma pessoa que na visão dele conseguiu atrair capital de investidores, mesmo não tendo um resultado de última linha. Era um resultado de crescimento, inovação, geração de novos negócios. Mas ele conseguiu continuar convencendo seus investidores porque depois, naturalmente, tinha algo para mostrar, ou seja, o gogó dele. Ele chama de Visionary Capital. O Capital Visionário. Tem um storytelling tão legal que diminui o custo de capital.

Tiago Reis: Eu diria que um cara dos nossos tempos aqui, o cara da Tesla, o Elon Musk, uma das fortalezas do balanço dele é um “off balance asset” que ele tem, que é a “fanbase” que ele construiu ao longo do tempo. Obviamente, não só pela oratória tradicional, mas principalmente pela oratória virtual. Porque hoje em dia tem isso. Twitter, isso aí faz parte da oratória, não faz?

Vabo: Com certeza! Toda a nossa capacidade de se comunicar com outra pessoa, tanto no ponto de vista de falar quanto de ouvir. E esse é o objetivo do nosso curso. 

A oratória é uma prática constante. O desenvolvimento é questão de tempo!

Vabo: Eu venho observando muitos alunos com o desafio de se desenvolver, que é a questão da mentalidade de crescimento. A pessoa que acredita que é capaz de se desenvolver em qualquer coisa a que ela se dedicar. Se ela acreditar nisso, inclusive a oratória, mesmo a pessoa sendo tímida, ela consegue desenvolver.

Esse é um desafio muito grande que a gente tem. Convencer os tímidos, os introvertidos. Porque a timidez não é um problema. Perder uma oportunidade por causa da timidez é que pode ser um problema. Mas a timidez em si é uma característica que, inclusive por você ser tímido, vai até te ensinar a ouvir melhor. E a tendência é que se você ouve melhor, você é um líder, um aluno, um investidor melhor.  Porque você está disposto a ouvir os caras que já fizeram. O Warren Buffet, o Ray Dalio e todas essas pessoas que são referências. Esse é um desafio muito grande, convencer essas pessoas a fazer o curso. 

Tiago Reis: Exato, na nossa equipe aqui tem o Felipe Tadewald e ele tem uma certa timidez com vídeos, né? Mas ele se dá muito bem no Twitter, nas redes sociais e tal. Ele não tem dificuldade de falar, mas não gosta de aparecer em vídeo. Hoje em dia a oratória não precisa ser só no vídeo, existem outras formas e as pessoas engajam de várias formas. Tem o próprio exemplo do Tio Rico, que faz um baita sucesso aqui no Instagram.

Vabo: Mas ele tem uma boa oratória também. Ele sempre está brincando, fazendo coisas engraçadas. 

Aprenda com as referências: tanto o que fazer, quanto o que não fazer

Vabo: Tem uma pergunta aqui. O Gabriel perguntou: “Qual o melhor orador que você já viu, Vabo?” E estende essa pergunta para você também, Tiago.

Oradores que eu gosto muito: Barack Obama, para mim é um dos melhores. Tem uma oratória muito clara, direta. Gosto muito também do Steve Jobs, um dos maiores da nossa época. Malala, aquela menina paquistanesa que levou um tiro do Talibã; fala super bem de uma causa muito boa. A Michelle Obama, esposa do Obama. Também OprahNelson Mandela falava muito bem. Então, esses são os principais oradores para mim hoje. E brasileiros eu escolheria Sílvio Santos, Bernardinho e Mario Sérgio Cortella. Esses são os meus preferidos. E você, Tiago, tem algum que você gosta muito?

Tiago Reis: Eu gosto de todos esses e posso botar um personagem? O Frank Underwood, do House of Cards. O ator Kevin Spacey, que teve os problemas dele, não vou entrar nesse mérito, mas como ator, o cara interpreta, encarna o personagem e fala muito bem.

Lógico, tem todos esses caras que você falou, o Bernardinho, os políticos muito carismáticos em geral, né? Eles não chegam onde chegam por conta dos resultados. Geralmente é por conta de uma oratória que dialoga com o popular em determinado momento. Seja o Lula, o próprio Bolsonaro durante um tempo. Eu acho que os políticos que chegaram aos cargos de chefia, geralmente foram pessoas que tinham uma oratória que dialogava com o público. Porque tem isso também, né, professor? Às vezes não adianta você ir de terno na praia. Fala um pouco mais desse conceito aqui. Você tem que dialogar com quem está ouvindo. O Lula, que obviamente tem todas as críticas possíveis, ele sabia jogar esse jogo muito bem. 

Vabo: Sem dúvida. E uma das dicas que damos no curso é exatamente essa. A gente tem que entender para quem estamos falando. Quem é a plateia. O que ela ganha ao me ouvir, qual o perfil que ela possui, como eu obtenho a atenção dela?

Então tem algumas técnicas para isso, e claro que vestimenta é a primeira delas. Não dá para ir à praia de terno, e não dá para ir dentro do Bradesco de bermuda. O pessoal que usa barba e vai trabalhar de bermuda não entra na empresa do Bradesco, porque imagina você apresentar alguma coisa lá se não estiver bem vestido? Então, vestimenta e estética é o primeiro item, já que normalmente demora poucos segundos para as pessoas poderem formar a primeira opinião de quem está falando. E aí, consequentemente, isso já afeta de alguma forma a oratória.

Mas é isso aí, a oratória é uma ferramenta fundamental para a sua vida. Você pode aplicá-la para o bem ou para o mal. Eike Batista aplicou para o mal. Um excelente vendedor, mas vendeu fumaça. Alguns políticos, dependendo se você concorda ou discorda, pela sua ideologia, vão usar para o bem ou para o mal. Agora, você que não é político, você que tem os desafios na sua vida, no que essas melhores práticas podem te ajudar? 

Vamos fazer um desafio para a turma aqui. Vamos pegar algumas perguntas que a galera fizer.

Pergunta: “Qual a frequência ideal para piscar os olhos? Tu nunca pisca.”

Adorei essa pergunta. Eu, por exemplo, me considero uma pessoa que estuda sobre esse tema e gosta de aprofundar, de evoluir. E esse é um problema que eu tenho. Ou seja, mesmo as pessoas que estudam e gostam do tema, também têm algo a melhorar.

De vez em quando eu falo rápido demais ou falo uma palavra que as pessoas não entendem e preciso falar um pouco mais devagar, explicar um pouco mais detalhadamente.

E esse negócio de piscar o olho é uma coisa que eu tenho realmente dificuldade quando eu estou gravando vídeo. Você vê os vídeos do Tiago, ele fala naturalmente. Eu não falo tão bem quando eu estou gravando um vídeo. Eu estou aqui conversando com vocês, estou de boa. Mas na hora que eu tenho que gravar um vídeo eu fico com o olho super arregalado. Então, muito bem reparado aqui. O ideal é realmente dar uma piscada. Minha mãe e minha esposa estão toda hora: “pisca, pisca”, mas isso é importante mesmo.

Feedback na prática

Tiago Reis: Professor me fala um defeito e uma qualidade da minha oratória.

Vabo: Boa, vamos lá! 

Tiago Reis: Você já deve ter visto vários vídeos meus, obviamente. Já me viu falando. Já dei 2 aulas para os seus alunos lá no Insper.

Vabo: Já vi você falando, pessoalmente. Já vi você em vários vídeos e lives. Acho que o ponto positivo da sua oratória é que você é uma pessoa genuína, autêntica.

Sempre quando você fala do seu tema, que é o tema da sua paixão, que é investimentos, você transparece essa paixão, o entusiasmo. Isso para mim é meio caminho andado para quem quer falar bem. É você colocar energia, entusiasmo e transmitir essa paixão para a plateia. Mas, claro, cada pessoa tem o seu estilo. Eu conheço você, você não é uma pessoa das mais extrovertidas. Em alguns ambientes você é mais extrovertido, em outros você é mais introvertido. Você ouve mais do que fala em algumas situações. E aí isso faz com que você tenha o seu jeito de transmitir essa energia.

Seu hobby é o que você trabalha, então isso é um ponto muito bom. De coisas a melhorar, o que eu poderia te dizer são detalhes. Inclusive, meu papel no curso é ser muito rígido com os alunos. Então eu procuro pegar pesado mesmo, mas sempre respeitosamente para o aluno melhorar. Então o que eu diria para você: como você fala muito, você já tem uma tranquilidade na hora de falar. Em algumas situações, poderia dar uma respirada. Poderia não vir aquele “éééé”. Aquela típica situação de pensar. Mas não é uma coisa que acho que atrapalha sua mensagem. Tem gente que é uma metralhadora.

Tiago Reis: Putz, eu faço muito esse “éééé”, mas eu já fui pior. Realmente, já cortei os 80%, faltam os outros 20. 

A mudança requer dedicação e prática com tempo de qualidade

Vabo: Pergunta da Tamires: “como funciona o treinamento prático do curso online?” Funciona da seguinte forma: vocês precisam entender que não adianta você só fazer o curso. Você precisa também praticar. Então nós vamos passar o curso para você, vamos passar uma recomendação enorme de mentores, pessoas que são boas oradoras, de materiais de referência. Mas, principalmente, entre um módulo e outro, precisa praticar aquilo que está vendo no curso.

Por isso, 1 vez por mês eu vou me reunir com vocês para efetivamente vocês receberem o meu feedback. Eu vou ouvir vocês falando e vou dar um feedback. E se você é tímido, introvertido, não tem problema. Não precisa ficar preocupado. Sempre vai ser do jeito que você acredita que fizer mais sentido para você. 

Luís Vasconcelos perguntou: “relação entre oratória e vendas”.

Primeiro, uma questão importante sobre vendas é que só existe uma profissão no mundo: vendedor. Todos nós somos vendedores. A gente tem que vender um projeto, um serviço, um produto, nós mesmos, quando vamos fazer uma entrevista de emprego ou apresentar para algum cliente, para o nosso gestor.

Então, a venda é uma habilidade que envolve sem dúvida nenhuma a comunicação, a nossa capacidade de transmitir bem nossas mensagens, concatenar bem as ideias do que eu acabei de pensar para o que eu vou falar, respirando, para permitir que as pessoas compreendam bem. Quanto melhor a gente conseguir articular essas palavras, maior a probabilidade de o nosso emissor entender aquilo que a gente quis dizer. E, consequentemente, atingir os nossos objetivos.

De Souza: dica para melhorar a voz anasalada.

Seguinte, no curso eu dou dicas de voz, tem um vídeo especificamente sobre isso. E tem duas situações; uma é o exercício da voz, com as melhores práticas para você utilizar sua voz. Por exemplo, o ideal é que você não use tons muito monótonos. O ideal é que você consiga nem falar rápido demais, nem devagar demais. Isso tudo a própria prática vai te permitindo entender.

Mas, dependendo da forma como a voz saia, ou um determinado fonema, ou por exemplo, o pessoal que tem língua presa, ou um tipo de situação que acontece e afeta a voz, aí nesse caso o fonoaudiólogo é o profissional mais recomendado para te ajudar. Eu, por exemplo identifiquei um problema que eu tenho quando falo muito rápido: mil novecentos e setenta e dois. Se eu falar devagar, consigo. Mas se falar rápido, não consigo. Eu tenho que fazer um exercício de fonoaudiologia, e quando estou na apresentação eu troco para a década de 70.

Tiago Reis: Eu faço isso direto. Geralmente porque as palavras não vêm na cabeça, sabe?

Vabo: E aí você busca um sinônimo. Isso é uma técnica muito boa também que a gente recomenda.

Adapte a comunicação para o seu público

Tiago Reis: na Suno, tentamos ao máximo evitar palavras em inglês. A gente acredita que as palavras em inglês fazem muito sentido na “Faria Lima” e tal, para dar um ar de sofisticação. Porque no nosso caso a gente está dialogando com pessoas que são advogado em Uberlândia, o médico em Campo Grande. Esse cara muitas vezes não está habituado com o linguajar da “Faria Lima”. A gente tem que tentar trazer ao máximo para o português, mas como eu fui trabalhado para pensar em inglês, às vezes eu penso em inglês e, quando vou passar para português, esqueço a palavra, aí eu tenho que encontrar um sinônimo , ou começar pela explicação e depois chegar à palavra final. 

Vabo: Perfeito! Conseguir trazer a sua linguagem para que seu público entenda é muito importante, é a base da comunicação. Então, de repente você está usando um termo em inglês e passando uma mensagem oposta, porque não é uma coisa fácil para aquela pessoa ter acesso àquele conhecimento. De qualquer forma, é importante a gente dar essa dica para a galera: priorizem e falem fluentemente inglês. Isso vai abrir muitas portas para vocês. Mas, não quer dizer que, ao não falar inglês, você não vai ter acesso às oportunidades também.

Tiago Reis: Inglês para mim é fundamental, Vabo. Eu diria que 90% do conteúdo de alguma disciplina que você queira estudar está em inglês. Principalmente os livros faixa preta, né? Você quer aprender sobre investimentos, os básicos estão em português. Você vai encontrar aí o “Pai Rico, Pai Pobre”. Mas, conforme você vai escalando a pirâmide do conhecimento, os grandes livros ainda estão em inglês. E vai chegar em português daqui a 2, 3 anos e provavelmente o conhecimento já se depreciou. 

Técnicas simples para uma melhor oratória

Vabo: Olha, o Caio perguntou: o curso pega linguagem corporal? Sim. Tem 3 elementos da comunicação: tem as palavras que eu estou usando, o tom de voz e a linguagem corporal. 

Tiago Reis: Com certeza. O body language diz mais do que muitas palavras. 

Vabo: Exatamente. Então, tem dicas de postura, gestos, como você posiciona suas mãos, como você usa as expressões faciais a seu favor. A linguagem corporal representa a maior parte da comunicação, principalmente quando se está transmitindo uma emoção. Eu falei que eu estava feliz, mas eu mostrei claramente que não estava feliz e essa mensagem é mais forte do que as minhas palavras.

Tiago Reis: Outro erro que eu cometo: eu não olho muito no olho, cara. Eu vou desenvolvendo as ideias olhando para um ponto fixo e tal.

Vabo: Boa! Isso é típico das pessoas que tem um conteúdo profundo. Como você estuda muito, você tem muito conteúdo sobre aquele assunto. Se a gente começar a falar aqui de Itausa, Unipar, você vai dar um show de bola. E a tendência é a gente mergulhar nesse conteúdo. A melhor técnica para conquistar a plateia é sem dúvida alguma olhar nos olhos da plateia. Fica um pouco mais difícil, gera um pouco mais de tensão. Mas a conexão é estabelecida quando a gente olha nos olhos. 

Tem uma pergunta aqui do Gustavo muito boa: “É possível falar bem sobre um assunto que você não domina, quando você é pego de surpresa, por exemplo?”. 

É o seguinte… Módulo 3 do curso: Improviso. Quando você não domina o assunto, ou até domina, mas acabaram de te passar o microfone: “fala agora, fala sobre a sua família!” Falar sobre a sua família, você até sabe falar. Você só não esperava que tivesse que falar agora, nesse momento. Câmera ligada, todo mundo te observando. Então como é que você consegue pensar conforme você fala? Como você consegue estruturar o seu raciocínio enquanto você fala? E nessa hora vem o “éé”, o né, o vício de linguagem. Então, a gente vai dar técnicas para vocês de como sair dessa situação desagradável, que é o improviso. E qual é a sua dica, Tiago? 

Tiago Reis: Pô, legal! Tenho uma dica: você traz para o campo que você entende. Então, vamos supor que você me pergunta: “Tiago, o que você está achando da escalação do Milan nessa temporada?”. Não estou entendendo nada do que é o Milan. Mas o Barcelona eu acompanho. O que você fala? “Olha, o Milan não tem nada de errado, eles estão escalando com as peças que eles têm, mas um time que é muito bom é o Barcelona por conta disso, olha só essa escalação”. Você traz pra um campo que você está… Você faz uma introdução meio vaga desse assunto e traz para um campo que você domina.

Vabo: Essa técnica que o Tiago passou é realmente importante, que é você conseguir trazer para o seu componente, para o seu campo de jogo aquela pergunta que foi feita para você, sobre aquele tema. 

Tiago Reis: Então, me pergunta sobre qualquer empresa americana aí.

Vabo: O que você acha da Disney?

Tiago Reis: Até que a Disney de fato eu conheço, mas vamos supor que eu não conhecesse. Vamos supor que eu conhecesse da Netflix, mais do que da Disney. Eu ia falar: “pô, a Disney é uma empresa super interessante, tem uma margem alta, a recorrência obviamente vai sofrer com essa crise, ela tem uma receita relevante dos parques. Mas uma empresa que está fazendo um trabalho muito bom e que vai dar canseira para a Disney é a Netflix e todo mundo tem que ficar de olho na nela por conta de A, B, C, D”, e aí você começa a falar de Netflix. Você traz para o campo que você entende mais.

Os melhores oradores também têm amuletos

Vabo: “Por que a maioria dos oradores prefere segurar algo na mão, tipo uma caneta? Seria uma maneira de se acalmar?”. Sim! Eu sempre faço live segurando uma caneta, porque pela minha característica eu gosto de ficar mexendo a caneta, apertando, mas tudo isso pode ser importante, contanto que não atrapalhe a sua concentração e principalmente a concentração da plateia.

Então, você pode segurar um pointer, uma caneta, qualquer objeto. Garrafa d’água… Desde que você não fique brincando, passando de um lado para o outro. Anel no dedo, mexendo o anel no dedo toda hora. A sugestão é: cuidado! As suas mãos são ferramentas fundamentais para que você possa transmitir a mensagem. Se você está travando as mãos, mão no braço, no bolso, e está mexendo muito as mãos, de um jeito que não tem a ver com o que você está falando, isso pode atrapalhar, sem dúvida alguma, a percepção da plateia.

A tecnologia favorece o aprendizado da oratória para todas as idades

Vabo: O André falou que ele tem 16 anos e já garantiu o curso. Ele até fez uma pergunta lá em cima sobre qual a idade mínima para fazer o curso. A idade mínima para fazer um curso de oratória é quando a gente começa a falar. Mas, normalmente, a gente já pega aí o pessoal adolescente. A pessoa mais nova que eu já dei esse curso tinha 11 anos. Então, de 11 aos 100 anos está valendo. 

Tiago Reis: Acho que isso que é o legal da internet, né? Eu tenho visto isso também em investimentos. Me mandaram aí essa semana, mais de uma vez, um menino de 8 anos que já investe na bolsa e tal. Lógico, está começando, não é um investidor experiente, mas já tem uma linha de raciocínio, já está começando a construir as suas ideias.

Acho que a internet é legal por conta disso, permite que as pessoas mais jovens tenham contato com influências positivas fora do seu círculo familiar, né? Porque quando eu era criança, tinha 8 anos, o único mundo que eu conhecia era aquilo que minha família me obrigava a frequentar. A escola, o clube, essas coisas. A internet, como a criança fica solta, ela vai tendo contato com outras coisas e alguma coisa pode interessar a ela. E as crianças, cada vez mais jovens estão começando a investir, o que eu acho bom. E, obviamente, também se interessando por oratória e em ser um bom orador. Inclusive, nas faculdades e nas escolas americanas existe uma espécie de incentivo, concursos disso né. 

Vabo: Public speaking, né, tem! É matéria que tem mesmo peso de Matemática, Física, Química. É Retórica, Oratória, Persuasão, essas matérias também que a gente chama de habilidades comportamentais.

Os resultados de uma boa comunicação

Tiago Reis: Olha aqui, o Gabriel Martins escreveu pra você: “Vabo, sou seu aluno do curso e hoje fiz uma apresentação que tive o CEO como ouvinte e tive um aumento absurdo de performance. Só gratidão”. Espero que tenha um aumento também de salário.

Vabo: Boa, Gabriel! Parabéns! Você não sabe o quanto a gente fica feliz em ouvir esses depoimentos de vocês. Eu vi que o Brunão está aqui na live também, que é um aluno… É o único aluno meu que foi nas 8 lives mensais. E aí, como a gente gravou, dá para pegar a primeira live dele, com a oitava live e vocês vão ver a diferença que tem na oratória do Brunão, que é um gestor público, super comprometido em fazer um trabalho bem feito e também é empreendedor. Ou seja, um intraempreendedor na gestão pública.

Ser engraçado do jeito certo pode facilitar a comunicação

Tiago Reis: O Marcelo pergunta: “Adicionar uma dose de humor, mas sem esquecer do bom senso ao prender a atenção do ouvinte?” Eu faço isso em palestra. Eu começo fazendo uma piada, e se possível uma auto piada.

Vabo: Essa é a melhor dica. Toda vez que você quiser fazer uma piada, faça uma piada sobre você mesmo. Porque aí você não corre o risco de fazer uma piada e ofender alguém. Porque às vezes você não conhece muito bem a plateia. Eu sempre tento fazer uma piada relacionada à careca, à barba branca. Eu sempre faço uma piada assim, porque o pessoal já olha a careca e já dá uma risada.

Então, isso é uma excelente forma sim. Mas cuidado! Primeira regra do humor é: realmente é engraçado? Porque às vezes, você só acha engraçado, mas a plateia não acha. E, em segundo lugar, tem essa técnica de efetivamente a piada ser sobre você. Essa é uma boa forma de você quebrar o gelo e se conectar com a plateia. Porque lembra que o nosso objetivo aqui não é só que vocês se comuniquem bem. Nosso objetivo é que a comunicação de vocês estabeleça uma conexão com a plateia, e por isso que a gente tem as dicas de como fazer um pitch, um discurso preparado, como falar de improviso, como usar as mãos, postura, gesto, vestimenta, voz, olhar, vícios de linguagem.

Respiração: A melhor amiga da boa oratória

Vabo: Tem aqui uma pergunta boa do Luis falando que tem muito o hábito de falar “né”. Alguma dica para corrigir o “né”. Sim, a dica é respirar. Nós temos um módulo inteiro dedicado a mostrar para vocês a importância de respirar e fazer pausas entre uma frase e outra, principalmente quando vem o vício de linguagem. Nós não percebemos muitas vezes que nós temos, mas todos nós temos. Né, tá, veja bem, tipo assim, na verdade, vamos dizer, no que se refere, no tocante a…

Tiago Reis: E “certo”, quando termina a frase com: “certo?” O que você acha?

Vabo: Quando tinha uma pessoa que falava “certo, certo”, eu respondia “certo”. Por isso. Toda vez que a gente usa esses vícios de linguagem, esse maneirismo é uma muleta no nosso discurso. Isso quebra a linearidade da fala, consequentemente faz com que o orador perca a credibilidade. E não é isso que a gente quer. A gente quer que você mande sempre muito bem, dê um show nas suas apresentações.

Para isso, nós vamos remover o “né” da sua vida. O “né”, o “tipo assim”, o “veja bem” e o “então é isso”. Esse  é o que me deixa mais nervoso. A pessoa fez uma apresentação maravilhosa, espetacular, deu um show… Aí termina com “então é isso”. Não dá, né? Aí você perdeu uma oportunidade incrível de fechar com chave de ouro. Essa é a dica: sempre terminem com o final que vocês planejaram. Uma mensagem positiva, uma frase inspiradora, uma call to action. Acesse agora tal lugar, baixe agora meu app, fale comigo no meu stand. Alguma coisa que possa engajar sua plateia e não um mero “Então é isso”. 

Jamais seja auto-depreciativo

Tiago Reis: Outra coisa! Voltando um pouquinho lá na questão do humor e do auto humor, o legal disso é que você meio que desarma os críticos né? Tipo, se você mesmo tira sarro de um potencial defeito seu, os críticos vão ter que encontrar outra coisa para te criticar.

Vabo: É verdade! Só tem que tomar cuidado com uma coisa que acontece muito: as pessoas falam expressões auto-depreciativas. Você pode fazer o humor, contanto que não seja algo auto-depreciativo. Às vezes não tem humor.

Por exemplo, a pessoa que vira e fala assim: “Pessoal, desculpa! É que eu estou um pouquinho nervoso hoje e esse slide aqui não era para ter entrado agora. Eu saí correndo de casa, não deu muito tempo de preparar, mas eu vou tentar dar o meu melhor aqui na apresentação para vocês hoje”. Qual a vontade que vocês têm de continuar assistindo qualquer coisa que eu vá falar depois disso? Mas a gente faz isso o tempo inteiro. O tempo inteiro a gente pede desculpa. Desculpa porque está ruim, porque não é isso, porque não entrou o slide. Ninguém sabia que o slide não ia entrar. Ninguém percebeu que você está nervoso. Ninguém sabe que você chegou atrasado. Não chama atenção para aquilo que é ruim na sua apresentação. Mas você fazer uma piada sobre você para descontrair, tudo bem. Isso tudo que eu falei aqui não era piada, era comentário auto-depreciativo. Então, a gente vai remover. 

O Jason perguntou: “E os gestos durante o discurso?”

Tem um módulo do curso também que é sobre isso. Gestos, como usar as mãos. E tem uma referência, vou deixar já aqui a referência para vocês, de um TED do David JP Phillips. Ele criou a Tabela Periódica da Oratória. Tem 110 técnicas de como falar em público e ele identificou todas as formas como as pessoas usam as mãos. Fica meio aqui, fica travado, faz isso, faz aquilo. Ele passa isso no livro dele e é uma das referências. Tem várias no meu blog também sobre oratória. Nosso objetivo é proporcionar a vocês a transformação que vocês desejam. Que vocês possam falar melhor, se expressar melhor, se conectar melhor com a sua plateia. 

Vabo: Tiagão, muito obrigado! Valeu mesmo. E estamos juntos aí nesse desafio de conseguir levar mais oratória e mais escutatória para a turma!

Tiago Reis: É isso aí! Muito obrigado pelo convite e vamos ver se a gente faz mais lives dessas aí, foi muito legal. 

Vabo: Fechadíssimo! Brigadão. Um abraço. 

Dúvidas finais sobre oratória

Vabo: “Qual a diferença do orador convincente para o bom orador?”. Na realidade, é o seguinte: o bom orador é aquela pessoa que consegue não deixar o conteúdo ser atrapalhado pela forma. Esse é o principal elemento para a oratória.

Então, vamos lá. Lembra da época da escola que tinha um grupo que fazia um trabalho e esse trabalho ficou bem mais ou menos, mas o grupo apresentou super bem? Em compensação, teve um outro grupo que fez um trabalho excelente, mas apresentou mal. Quem fica com a maior nota? Normalmente, fica com a maior nota quem apresenta bem. Agora, imagina se você apresenta bem e ainda tem um conteúdo campeão? O que eu mais vejo são pessoas com conteúdo muito bom, porque as pessoas focam muito no conteúdo e esquecem da forma. Tem um conteúdo excelente, mas não consegue efetivamente transmiti-lo bem.  

“Uma voz mais grave é melhor para a oratória?”

Não necessariamente. A gente sabe que tem muitos locutores de rádio, de televisão, que têm a voz grave. Isso faz com que soe melhor, mas não necessariamente. Vai muito do gosto, mas isso não é um fator que atrapalha. Se você usa bem as técnicas, ter a voz aguda, por exemplo, não vai te atrapalhar necessariamente. Mas se você tiver uma voz grave, a sua voz vai pelo menos chamar a atenção. 

“O curso serve para quem quer vender melhor?”

Com certeza! O vendedor precisa se comunicar bem. Quanto mais linear for a sua comunicação, maior a credibilidade sua, do seu produto e da sua venda. 

O Anderson perguntou quem sou eu: Eu sou um inconformado com o sistema educacional brasileiro. A gente deveria ensinar oratória na escola, mas infelizmente isso não acontece.

Essa é a ideia do curso. É que a gente possa efetivamente ajudar vocês com uma habilidade fundamental, que vai fazer a diferença incrível na vida de vocês e que infelizmente a escola e a faculdade não te ensinaram. 

Quer se juntar aos alunos do Além da Oratória e dominar a arte de falar em público? Acesse o curso aqui!

Confira a live completa com o Tiago Reis dando play no vídeo abaixo!

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